A capital baiana registrou 108 (60,3%) dos 179 casos confirmados de leptospirose notificados pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) na Bahia no ano passado. Oito pessoas morreram na capital em 2011 por causa da doença. Em todo o Estado, foram 19 mortes.
Segundo a sanitarista Luciana Guimarães, do Grupo de Trabalho de Leptospirose da Divisão de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, a leptospirose é uma doença aguda “com alta incidência, associada às condições de pobreza e variações sazonais, e causada por uma bactéria (leptospira) transmitida pelo contato com água contaminada pela urina do rato”.
A leptospirose é uma das doenças que têm em áreas com saneamento básico deficitário um terreno fértil para prosperar.
“Salvador é a capital brasileira campeã em leptospirose”, acusa o professor em saneamento da Escola Politécnica da Ufba Luiz Roberto Moraes. Ele critica a Prefeitura de Salvador por ainda não ter instituído uma política municipal de saneamento básico.
Precariedade - Enquanto isso, condições sanitárias ruins preocupam a diarista Maria Izabel Santos da Luz, 42, moradora da Rua Osvaldo Neves, em Periperi, no subúrbio soteropolitano. “Minha filha Yasmim, de 13 anos, já pegou hepatite B e foi picada no joelho esquerdo por um mosquito, pegou uma infecção e a perna dela está inchada. O médico não soube diagnosticar”, contou, lamentando que a rede de esgoto ainda não tenha chegado a todas as casas. “Aqui à noite tem muito mosquito”, disse.
A Sesab relacionou pelo menos 20 tipos de patologia, associadas às condições sanitárias, que geraram internações em 2011.
Os dados mostram que foram realizadas 54,1 mil internações no Estado, por conta de diarreias, gastroenterite, infecções intestinais e outras doenças. Foram ainda 30 casos de cólera, 58 de febre tifoide e 294 de leishmaniose, 201 do tipo visceral, transmitido por picada de mosquito.
A chefe do setor de informações em zoonoses da SMS, Ana Galvão, informou que a secretaria trabalha com a investigação dos casos de leptospirose nas áreas de contaminação.
“Depois disso, bloqueamos o foco, com a desratização, e comunicamos aos órgãos de limpeza”, afirmou a gestora.
Fonte. Jornal a tarde
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