Responsável pela nomeação do ex-presidente da Embratur Mário Moysés, preso na terça-feira (09) na Operação Voucher, a senadora Marta Suplicy (PT) chegou a se esconder no banheiro do Senado para fugir dos jornalistas.
Impecável num tailler vermelho, Marta se encastelou na cadeira de presidente de olhos grudados no computador enquanto os senadores da Oposição se revezavam para criticar o novo escândalo de desvio de cerca de R$4 milhões no Ministério do Turismo, durante parte de sua gestão na pasta.
Mário Moysés foi braço direito de Marta em São Paulo, inclusive em suas campanhas políticas. Mas ela se negou o tempo todo a falar sobre o rombo na pasta que administrou.
Durante todo o tempo em que ela presidiu a sessão, Marta se manteve com cara de amuo.
Quando o senador Mário Couto (PSDB-PA) falou de "ladrões" no Ministério do Turismo, citando as prisões de Frederico e Mário Moysés, Marta virou o rosto para o outro lado e ficou fazendo cara de impaciência.
“Malditos aqueles que roubam! Mas vão pagar, doa a quem doer, presidenta!”, bradava Mário Couto, enquanto Marta nem se movia na sua direção, mantendo os olhos fixos na tela do computador a sua frente.
Por volta das 17 horas, quando o presidente José Sarney (PMDB-AP) chegou ao plenário para presidir a ordem do dia, ela não se levantou da cadeira.
Ele teve que ficar por alguns minutos em pé no plenário enquanto Marta, atabalhoadamente tentava ela mesma presidir a ordem do dia.
Mas, nervosa, começou a discutir uma matéria, sem sequer anunciar a abertura da ordem do dia.
“Para começar a ordem do dia, Vossa Exelência tem que primeiro anunciar a abertura da ordem do dia”, repreendeu Mário Couto.
“Vou abrir, vou abrir”, disse Marta.
Quando Sarney subiu à Mesa e retomou seu lugar, Marta continuou sentada ao seu lado, enquanto o grupo de jornalistas a aguardava embaixo.
Por fim, ela saiu da Mesa, mas refugiou-se no banheiro do cafezinho. Os jornalistas se deslocaram então para a porta do banheiro e esperaram por mais de 20 minutos enquanto ela despachava lá dentro com assessores.
Quando finalmente ela saiu do banheiro, caminhou a passos largos fingindo que falava ao celular, ignorando as perguntas dos jornalistas sobre a prisão de seu homem de confiança.
“Não vou falar, tudo que tinha a dizer já falei”, negou-se Marta, subindo novamente para a Mesa.
Fonte. Interior da Bahia
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