segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em SP, terapia com picadas de abelhas

A dor das picadas de abelhas não se compara ao incômodo que Alice Tashiro, de 61 anos, sentia por causa da artrite reumatoide. Agora, ao menos uma vez por semana ela recebe 12 ferroadas pelo corpo, uma técnica chamada apiterapia, que tem sido aplicada por apicultores da capital e da Grande São Paulo.

Consultado pelo JT, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que não reconhece a técnica como prática médica e diz que os pacientes estão expostos a riscos.

A ideia é usar o veneno das abelhas para aliviar inflamações variadas. “A dor me travava. Com esse tratamento eu vou sentindo um alívio ao longo da semana”, garante Alice. Além de tratar a artrite, os criadores de abelhas garantem que a apicultura alivia enxaquecas, sinusite, bursite, artrose e até esclerose múltipla. “Serve para uma infinidade de doenças. Os pacientes costumam apresentar boas melhoras”, conta o apicultor Ivo Manno Júnior.

Conselheiro do Cremesp, Ruy Tanigawa lembra que as picadas podem provocar até mesmo choque anafilático, muitas vezes seguido de morte. “Existem pessoas que são alérgicas ao veneno, daí a possibilidade de quadros graves”, explica. Além disso, ele ressalta que todo tipo de tratamento deve ter uma comprovação científica de sua eficácia. “Um tratamento prevê diagnóstico médico prévio. É necessário, ainda, que haja acompanhamento de um profissional de saúde”, afirma.

Manno cobra R$ 15 por sessão de apiterapia. Segundo ele, o corpo humano aguenta apenas 12 picadas – seria o suficiente para não ultrapassar o máximo de veneno que poderia ser metabolizado pelo organismo. O local da aplicação também depende da necessidade do paciente. Antes de iniciar o tratamento, contudo, ele conta que faz microaplicações. “É possível avaliar em 20 minutos qual será a reação da pessoa”, garante.

Fonte. Jornal da Tarde

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