segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bolsa Família desestimula trabalho rural no Nordeste


A sucessão presidencial de 2010 converteu o Bolsa Família numa unanimidade. Neste ano, o benefício vai chegar às casas de 12,5 milhões de famílias. De olho nos votos dessa clientela, nem o presidenciável da “oposição”, José Serra, se anima a criticar o programa.

Ao contrário, o candidato tucano diz que, se eleito, vai ampliá-lo. Sob os méritos do Bolsa Família, porém, sobrevive um vício que o governo não logrou sanar: o desestímulo ao trabalho formal. Com receio de perder o benefício, lavradores do Nordeste esvaziam as fazendas.

É o que conta o repórter Fernando Canzian, em notícia levada às páginas da Folha. Os trabalhadores fogem do emprego formal também para não perder o direito à aposentadoria especial antecipada.

Os candidatos a esse tipo de aposentadoria –aos 55 anos para as mulheres e 60 para homens— são classificados como “segurados especiais”.

Registrada a carteira, viram “assalariados rurais”. E tem de contribuir à Previdência por 13 anos ou trabalhar mais cinco antes de se aposentar com o salário mínimo.

Daí a opção de muitos trabalhadores por fugir do mercado formal. A falta de mão-de-obra leva as fazendas a se adaptar.
Fonte; Interior da Bahia

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